No nosso último artigo de blog, descrevemos os diversos benefícios comerciais que os operadores de transportes públicos podem obter com a transição para autocarros elétricos. Estes incluem uma redução nos custos de manutenção e operação, melhorias na experiência dos passageiros e resultados ambientais e sanitários positivos.
Contudo, é também verdade que a transição para autocarros elétricos traz consigo uma série de desafios que os operadores de transportes públicos têm de enfrentar para garantir uma mudança bem sucedida.
Estes desafios devem-se, principalmente, à relativa novidade da tecnologia dos veículos elétricos, que requer uma certa preparação por parte dos operadores que desejam eletrificar com sucesso a sua frota. Acompanhe-nos neste artigo de blog, onde vamos partilhar alguns dos desafios de transitar para autocarros elétricos.
1. Maior investimento inicial
Os autocarros elétricos são, em média, 50% mais caros do que os tradicionais autocarros com motor de combustão interna. O elevado investimento inicial para comprar um autocarro elétrico é ainda mais significativo quando se considera que um autocarro a diesel é totalmente amortizado após oito a dez anos, e que os autocarros nos mercados emergentes permanecem frequentemente na estrada até 20 anos, o que pode criar um enorme desfasamento temporal para a conversão da frota.
Isto significa que, a fim de se obterem resultados satisfatórios, os operadores de transportes públicos devem ter uma estratégia adequada para assegurar que os seus veículos estejam na estrada durante o maior tempo possível, e que percorrem distâncias mais longas.
2. Escassez e custo da infraestrutura de carregamento
Com a presença dos autocarros elétricos, as autoridades locais fizeram um esforço para adicionar estações de carregamento e atribuíram subsídios para incentivar a infraestrutura a ser instalada. No entanto, estas infraestruturas continuam a ser caras. Segundo a Bloomberg New Energy Finance 2022, os custos iniciais das infraestruturas variam entre 20.000 a 25.000 USD (19.600 a 24.500 euros) por autocarro elétrico, incluindo investimentos imobiliários (depósitos centralizados) e estações de carregamento.
Um problema adicional é que os contratos de rota duram tipicamente entre 5 e 7 anos, enquanto que as estações de carregamento são bens que se espera que durem entre 20 e 40 anos, o que representa um grande desafio para os operadores de transportes públicos que querem fazer a transição para autocarros elétricos.
3. Falta de informação relevante para a tomada de decisões
Qualquer avanço tecnológico requer um período de adaptação durante o qual os conhecimentos apropriados, derivados da investigação e da experiência real, podem ser desenvolvidos. Com algo tão recente como os veículos elétricos, a informação relevante para a tomada de decisões ainda está a ser recolhida, e está longe de estar tão completa como o conhecimento que temos sobre veículos com motor de combustão interna.
Isto significa que a investigação extensiva é ainda um requisito para qualquer empresa que queira fazer a transição, e que alguns dos dados disponíveis serão baseados em amostras menores e projetos em curso.
4. Planear operações eficientes
O que aconteceria se o depósito de combustível de um autocarro com motor de combustão interna, que não fosse abastecido corretamente, diminuísse em tamanho ao longo dos anos, reduzindo a distância que o veículo pode percorrer sem parar para reabastecer? Este é precisamente o problema enfrentado pelos operadores de transportes públicos que mudam para autocarros elétricos, cujo alcance se esgota com o tempo, tornando mais difícil o planeamento de percursos que serão adequados para um determinado veículo dentro de dois, cinco ou dez anos.
Se tiver em consideração fatores como o aquecimento, ar condicionado, colinas, paragem e arranque, e carga de passageiros tornam difícil a previsão do alcance e o desempenho. Se carregada corretamente, a autonomia da bateria pode ser preservada por mais tempo e o desgaste pode ser reduzido, mas isto requer previsões precisas e monitorização em tempo real de métricas tais como otimização da utilização, estado de carga e profundidade de descarga.
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Estes obstáculos não devem comprometer a importância da realizar a transição. O que eles significam, contudo, é que os operadores de transportes públicos que queiram eletrificar a sua frota, devem planear com antecedência, e prepararem-se em conformida ao ter em conta todas os potenciais desafios de transitar para autocarros elétricos.
Para saber mais sobre como a análise preditiva de baterias e a manutenção preditiva podem ajudar a justificar a transição para VEs, clique aqui.
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